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Asma pode causar danos físicos e sociais em crianças





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Certa vez, li uma pesquisa da Enfermeira Jackeline Diniz que falava sobre crianças asmáticas e sua interação com o meio social. Você já tinha parado para pensar nisso?

A  enfermeira percebeu que sentimentos de solidão e frustração acompanham as crises de asma dos pacientes e, por isso, é necessário pensar em cuidados de ordem psicológica, social e afetiva, paralelamente ao tratamento clínico da doença. Ouvir as inquietudes, dúvidas e sentimentos dos asmáticos deve fazer parte do papel do cuidador, de maneira a construir uma relação terapêutica mais humana.

O uso do desenho como instrumento para coletas de dados demonstrou ser uma excelente estratégia de comunicação com o infante em idade escolar, à medida que as crianças desta pesquisa se expressaram com espontaneidade através dele", avalia Jackeline. Esse ponto deu bastante credibilidade à sua dissertação de mestrado "Representações sociais, culturais, afetivas e lúdicas de crianças com asma", defendida, em março deste ano, no Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente (PPGSCA) da Universidade Federal de Pernambuco e orientada pela professora Estela Maria Leite Meirelles Monteiro.

A enfermeira escutou relatos de 11 crianças, de 7 a 11 anos, e de seus cuidadores (11 pessoas, em geral, os pais) e observou desenhos das crianças. Partindo de uma análise qualitativa do recurso lúdico, estudou a relação delas com seus pais e os danos que as crises corriqueiras trazem à infância. Da mesma forma, pôde traçar perspectivas de tratamento para a doença que englobassem uma assistência psicológica, social e afetiva, aliada ao acompanhamento clínico.

As crianças que participaram do estudo de Jackeline fizeram consulta em um ambulatório de alergologia de um hospital público da cidade do Recife. A entrevista teve duas etapas. Na primeira, as crianças fizeram um desenho representando o dia da crise de asma, explicando os detalhes, e, na segunda, as crianças e os pais foram entrevistados separadamente.

Os desenhos das crianças foram divididos em cinco categorias: identificação física da doença pela criança; isolamento decorrente da crise; sofrimento vivenciado pela criança; infância perdida; e identificação do suporte familiar. Por meio delas, foi possível perceber as constantes proibições dos pais, com a justificativa de evitar possíveis crises, o que causa sentimentos de solidão, tristeza e frustração na criança.

Além do sofrimento físico (dificuldade respiratória, cansaço e dor no peito) que a asma traz, ela ainda acarreta isolamento e privação das atividades próprias à infância. Muitas crianças se desenharam sozinhas em casa, durante as crises, e com as feições tristes. Em seus depoimentos, disseram como suas rotinas eram afetadas pelos sintomas da asma, fazendo-as perder aulas, brincadeiras e vivências.

Por fim, é clara a identificação de suporte e companheirismo por parte dos cuidadores, presentes em vários desenhos ao lado das crianças em situações de crise. Eram, quase sempre, pais ou irmãos, que davam forças aos jovens durante os momentos de maior sofrimento físico.

"A experiência em pesquisar o grupo infantil permitiu reconhecer os aspectos multidimensionais da saúde, onde o mundo lúdico da criança se projetou com grande impacto no cotidiano das crianças pesquisadas. Além disso, foi possível perceber que a família não pode ser dissociada da criança na perspectiva do cuidar da doença crônica", afirma a pesquisadora, mostrando que o cuidado com a doença precisa ser não apenas clínico, mas psicossocial.

A asma, mesmo tendo apresentado evoluções em seu tratamento, continua sendo um grave problema de saúde pública. É uma doença que causa sofrimento não só de ordem física, mas emocional, psíquica e social – em especial quando se dá em crianças, afetando não só o paciente, como também a família. Requer, portanto, tratamento diferenciado por parte dos cuidadores, com atenção às inquietudes que passam pela cabeça dos jovens.

A pesquisadora considera que o estudo das implicações da asma na vida da criança e de seu cuidador pode amparar a construção de novas ferramentas de enfrentamento da doença. "Além disso, poderá nortear os profissionais de saúde quanto às necessidades educativas, sociais e culturais características da asma", conclui. O tratamento exige, portanto, a implementação de uma assistência integral, que contemple a série de fatores que a asma desencadeia.


Espero que você tenha gostado da nossa abordagem.

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