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Espirometria e medida do pico de fluxo expiratório
Assim como no diagnóstico, os índices espirométricos e o PFE são essenciais no seguimento da asma. Além de servirem como parâmetros de gravidade, essas medidas prestam também para o estabelecimento do nível de controle, considerando-se "asma controlada" aquela que apresenta VEF1 ou PFE com valor normal ou próximo do normal. Do ponto de vista funcional, a asma é grave quando o VEF1 ou o PFE é < 60% do valor teórico e a variabilidade desses parâmetros é maior que 30%.
A espirometria deve ser realizada semestralmente nos casos graves e anualmente para os demais. Em relação ao PFE, a magnitude da queda matinal e a sua diminuição após exposição identificável a alergênio ou irritante têm correlação com o grau de hiper-responsividade das vias aéreas e com a quantidade de medicação necessária para controle. A monitorização do PFE também tem utilidade para os pacientes que não têm boa percepção do grau de obstrução das vias aéreas.
Outros testes que podem ser de auxílio na avaliação da asma
Nas crises de asma, a gasometria arterial e a oximetria não-invasiva são componentes essenciais do monitoramento. Enquanto na asma moderada ocorre hipoxemia não significativa, hipocapnia e pH normal (ou leve alcalose), na asma grave a hipoxemia é moderada a acentuada e a hipercapnia é frequente, acarretando o desencadeamento de acidose respiratória. Vale salientar, ainda, que, na oximetria não-invasiva, valores de SatO2 acima de 90% costumam corresponder a uma PaO2 acima de 60mmHg (curva de dissociação da oxi-hemoglobina), indicando um aporte satisfatório de O2 ao organismo.
Em asmáticos graves, assim como ocorre nos portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), o VEF1 e o PFE podem não refletir a verdadeira intensidade da doença. Nesses casos, testes outros como a medida dos volumes pulmonares estáticos (preferencialmente pela pletismografia de corpo inteiro) e da resistência de vias aéreas (que pode ser mensurada pela pletismografia ou pela técnica de oscilações forçadas) podem tornar-se de grande auxílio para um aprofundamento fisiopatógico mais relevante. Na asma grave, a capacidade pulmonar total (CPT) pode estar aumentada devido à hipertonia da musculatura inspiratória, o que representa uma defesa contra o fechamento brônquico.
Outra medida funcional que pode ser realizada é a da capacidade de difusão do monóxido de carbono (DLCO). Sua principal indicação é na diferenciação entre asma e DPOC, uma vez que, no enfisema, a medida encontra-se reduzida devido a destrução dos espaços aéreos disponíveis para a troca gasosa. Na asma, a DLCO é normal ou elevada. Uma das explicações para o aumento da DLCO, que geralmente é observado durante as crises, está no redirecionamento do fluxo sanguíneo para os ápices pulmonares; isto acarreta um aumento da perfusão relativa à ventilação (desequilíbrio V/Q) em regiões não-dependentes do pulmão.
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